Em sua última coletânea de poemas, o último sábio sobre a Terra
continua fiel a suas pátrias – Sheakspeare, a névoa da cegueira,
espadas, reflexos, labirintos, espelhos, Genebra. Mas o habitante
principal desses versos tecidos na penumbra é sem dúvida a morte, também
um dos temas básicos da sua entrevista publicada na edição anterior de
Status. “Devemos entrar na morte como quem entra em uma festa”, diz Don
Jorge. Ele a celebra com poemas. Esta tradução procurou, na medida do
possível, não atraiçoá-lo. Em alguns casos, como nas sutilíssimas
milongas, os leitores podem e devem deixar-se levar em busca de outras
soluções. De qualquer maneira, traduzir Borges foi – e é – uma artimanha
da libido.
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