Memórias do cárcere é o testemunho de Graciliano Ramos sobre a prisão a
que foi submetido durante o Estado Novo. Uma narrativa amarga de alguém
que foi torturado, viveu em porões imundos e sofreu privações provocadas
por um regime ditatorial. No livro, Graciliano descreve a companhia dos mais variados tipos
encontrados entre os presos políticos: descreve, entre outros
acontecimentos, a entrega de Olga Benário para a Gestapo, insinua as
sessões de tortura aplicadas a Rodolfo Ghioldi e relata um encontro com
Epifrânio Guilhermino, único sujeito a assassinar um legalista no
levante comunista do Rio Grande do Norte. Durante a prisão, diversas vezes Graciliano destrói ou afirma destruir
as anotações que poderiam lhe ajudar a compor uma obra mais ampla.
Também dá importância ao sentimento de náusea causado pela imundíce das
cadeias, chegando a ficar sem alimentação por vários dias, em virtude do
asco. Da cadeia, Graciliano faz comentários sobre a feitura e a publicação de Angústia, uma de suas melhores obras.
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