Um dos raros textos dramáticos de Fernando Pessoa, O marinheiro
fala do sonho e de lugares e vidas imaginadas que se tornam presentes
pela força da palavra de quem os cria e de quem ouve falar deles. Três jovens conversam suavemente. Velam uma moça. A noite custa a
passar e as histórias fazem passar o tempo. Imóveis, conversam. Lembram
do passado como de uma época feliz. Mas teria sido mesmo assim?
Além-mar, um marinheiro perdido constrói para si um novo passado e povoa
o silêncio desse encontro. Uma das jovens tece esse relato com
sentimentos delicados como os matizes de uma bela e trabalhosa
tapeçaria. Quando raia o dia, as próprias jovens, tomadas pela história que
inventaram, percebem-se entre o sonho e a realidade – ficção de si
mesmas, ficção que os passos que se ouvem fora daquela sala vêm
interromper.
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