A caverna é uma história de gente simples: um oleiro, um
guarda, duas mulheres e um cão muito humano. Esses personagens circulam
pelo Centro, um gigantesco monumento do consumo onde os moradores usam
crachá, são vigiados por câmeras de vídeo e não podem abrir as janelas
de casa. É no Centro que trabalha o guarda Marçal. Era para o Centro
que seu sogro, o oleiro Cipriano, vendia a louça de barro que fabricava
artesanalmente na aldeota em que vive - agora, os clientes do Centro
preferem pratos e jarros de plástico. Sem outro ofício na vida, Cipriano
perde a razão de viver. E a convite do genro, muda-se para o Centro,
essa verdadeira gruta onde milhares de pessoas se divertem, comem e
trabalham sem verem a luz do sol e da lua. Enquanto isso, embaixo
dos diversos subsolos, os funcionários do Centro descobrem uma estranha
caverna. Driblando a vigilância, Cipriano consegue entrar lá dentro. O
que descobre é aterrador. Nesta versão moderna do mito da caverna de
Platão, José Saramago faz uma apresentação sutil da face cruel do mundo
capitalista e tecnológico.
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