Ao darmos a estampa ao presente "Dicionário Kimbundu-Português,
nenhum outro intuito nos guiou senão o de preencher uma lacuna, que há
muito existe, que bastante se tem feito sentir dentro e fora do nosso
país; como também procurar habilitar, com os nossos minguados recursos,
os que tem se dedicado ao estudo da língua. Após o trabalho inicial —
o primeiro no gênero — levado a efeito, através de dificuldades de
várias ordens e escassez de elementos, decorrido meio século, nada mais
se realizou. Este silêncio deu lugar, como não podia deixar de
acontecer, á fantasia de muitos que, pouco sabendo, apenas conseguiram
confundir, com seus erros e inexatidões, o que simplesmente carecia um
pouco de prudência e bom senso. Não queremos encarecer a prosápia,
que nunca possuímos, de lançar a público um trabalho completo— não
obstante termos, no longo espaço de doze anos que tanto duraram as
investigações e fontes que tivemos de consultar, procurado satisfazer os
mais exigentes; mas apenas um passo a mais no extenso caminho das
investigações até aqui levadas a efeito, no sentido de se arquivar o que
durante muitos anos se julgou não existir: a equivalência de termos da
língua kimbundu em português. Língua imensamente vasta e variada nas
suas expressões e em que se fundem os diversos dialetos conhecidos,
oferece várias escalas como as épocas que, na sua mudez, tem
atravessado, refletindo nas suas modalidades, as influências que por
ventura tenham modificado a sua estrutura através dos tempos. Em
nosso pensar é vantajoso o seu estudo e compreensão por nacionais e
estrangeiros, não só para lhe ensinar a introdução do "creoulo,
revelador do desconhecimento das duas línguas que aqui se revelam, mas
também porque a língua deve ser interpretada.
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