Publicado originalmente em 1916, Retrato do artista quando jovem
tornou-se um dos mais clássicos romances de formação da literatura
mundial. Em suas páginas, James Joyce (1882-1941) narra a maturação
psicológica, acadêmica, religiosa e filosófica de Stephen Dedalus –
batizado em referência ao mitológico inventor grego Dédalo –, seu alter ego, da infância à idade adulta na conturbada Irlanda do início do século XX. Estreia
de Joyce no romance, o livro traz sua marca registrada: prosa em fluxo
de consciência, com o estilo evoluindo conforme o crescimento do próprio
protagonista, características que posteriormente seriam exploradas ao
extremo em Ulisses e Finnegans Wake. Alternando técnicas narrativas, o
autor ora aproxima, ora distancia o leitor do personagem principal, de
acordo com as etapas de seu desenvolvimento. São
apresentados os conflitos internos do protagonista principalmente no que
tange a ideias religiosas e filosóficas com as quais bate de frente no
internato católico que frequenta e também à reflexão sobre o próprio
papel da arte. Ao fazê-lo, Stephen Dedalus constituiu um retrato do
artista que Joyce se tornaria, revolucionando o romance no século XX.
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