O passado condena. Foi assim com a extrema-direita na Europa no pós-guerra. Manchada pela exibição mundial dos horrores do nazismo e pela vergonha da colaboração com os invasores, a extrema direita encolheu por toda Europa, e desceu aos subterrâneos da vida pública. É certo, desde então a política nos países europeus foi estruturada em termos de um embate ainda travado entre dois campos, à direita e à esquerda. Mas a competição entre eles se fazia agora de forma civilizada, no âmbito do grande consenso que calçava o chamado Estado de Bem-Estar Social. A direita pura e dura, que desempenhara papel tão relevante na política desses países em passado recente, parecia ter se esvanecido. No universo da política institucional, ela estava banida. Algo parecido aconteceu no Brasil e, de maneira geral, na América Latina no final do século passado, quando a derrocada do bloco socialista e a desagregação da União Soviética encerraram a Guerra Fria e instauraram um período inédito, que muitos imaginaram de paz e prosperidade, sob a firme condução da superpotência solitária, os Estados Unidos (EUA). Nessa fase, acreditava-se, toda a política seria pautada pelo binômio economia de mercado e democracia. No mundo globalizado esses dois vetores surgiam como imperativos. Eles ditavam os rumos da política econômica e social adotados na região, como em outras partes do mundo.
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