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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Marcelo Lopes De Souza - Uma Geografia Marginal E Sua Atualidade: A Linhagem Libertária














É muito comum entender “libertário” como sinônimo de “anarquista”. Histórica e etimologicamente, trata-se de uma interpretação justificável; afinal, “anarquista” e “libertário” têm andado de mãos dadas desde o século XIX. É costume os franceses atribuírem a cunhagem da palavra “libertaire” ao anarquista Joseph Déjacque, em um panfleto datado de 1857. Pode-se afirmar, com segurança, que, desde meados do século XIX, e começando pela França, “libertário” é um adjetivo que esteve, principalmente nas línguas neolatinas, vinculado ao movimento anarquista. Porém, hoje em dia, essa tradição de tomar como equivalentes “libertário” e “anarquista” deve ser vista como excessivamente restritiva. Entendidos de maneira ampla e generosa, o pensamento e as práticas políticas dos libertários constituem e sempre constituíram, por assim dizer, uma “família” relativamente heterogênea de correntes e subcorrentes. Como em toda família, também aí houve e há divergências e até mesmo rusgas. Há, não obstante, um forte elemento comum: uma postura simultaneamente anticapitalista e de oposição ao marxismo-leninismo, por conta dos elementos autoritários e conservadores deste.

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