Nas últimas décadas tem-se observado uma significativa mudança na forma pela qual a África é vista e representada no Brasil. Diferentemente de outros países das Américas, no Brasil costuma-se reinventar a África não apenas na mídia ou nas culturas das elites, mas também na cultura popular a partir do crivo afro-brasileiro. Se, por um lado, tal reconstrução evidencia antigos estereótipos do continente africano, frequentemente visto como telúrico, atávico, ancestral e tanto mais “natural” quanto mais pobre e desolado do que os outros continentes, por outro lado, tais representações refletem a importância da memória da África no Brasil, especialmente na luta contra o racismo. Além disso, as novas narrativas sobre a África sugerem também uma mudança no Brasil e no resto da América Latina em relação à geopolítica do conhecimento, colocando-nos, assim, no bojo do Sul Global, isto é, na nova configuração internacional que evidencia o lugar nos BRICs – lugar hipoteticamente de protagonista nas políticas Sul-Sul, mais assertivo no eixo Sul-Norte.
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