A Antropologia no Brasil nasce implicada com a abertura de frentes de trabalho diferenciadas, as quais são inesgotáveis, enquanto campo de atuação e provocadoras de debates e tensões. Debates em razão da rica “empiria” que traz a lume e tensa porque exige do profissional ferramentas adaptadas ou inteiramente novas para analisar questões candentes. Os trabalhos em Antropologia, por estas plagas, exigem lastro político, especialmente considerando a pluralidade étnico-racial e as expectativas de desenvolvimento econômico postas em prática pelo Estado Nacional. No primeiro caso, povos e populações tradicionais são olvidados enquanto protagonistas, mas não abrem mão, nos dias atuais, de reivindicar direitos e tentar interferir na elaboração e implantação de políticas públicas. No segundo caso, o desenvolvimento econômico atropela as políticas sociais, e os empreendimentos desconsideram as demandas sociais em nome de um “progresso sem ordem”, mas meticulosamente estruturado a partir de um poder que deixa a comunidade antropológica sem meios de enfrentá-lo – em que pese as singulares contribuições da Antropologia para o entendimento da sociedade e ampliação da noção de cidadania liberal vigente no País, que não contempla a diversidade cultural e suas múltiplas identidades e coletivos.
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