As organizações de trabalhadores passaram por importantes transformações
no início do século XX, quando o Estado brasileiro deixou de se pautar
por uma lógica liberal e assumiu uma perspectiva corporativa. Este livro
mobiliza conceitos geográficos para analisar como os sindicatos
organizavam suas ações territoriais e de que maneira o Estado interferia
nelas. O período estudado contempla uma mudança na relação dos
mecanismos estatais nas entidades dos trabalhadores, sendo que se no
início do século tratava essencialmente de reprimir as manifestações
operárias, por volta da década de 1930 influía diretamente na
organização classista, com o fim da pluralidade sindical e o
estabelecimento de uma ação sindical única, por exemplo. A relação
entre o Estado e os sindicatos sob uma perspectiva territorial nos
fornece, assim, um estudo aprofundado das conformações do sindicalismo
no início do século XX e apresenta uma contribuição significativa de
como a Geografia pode ser apropriada para o estudo dos movimentos
sociais.
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