Neste texto Abramo aponta quatro “padrões de manipulação” gerais para
toda imprensa e mais um específico para o telejornalismo. O primeiro,
chamado por ele de “padrão de ocultação”, se refere à ausência e a
presença dos fatos reais na produção da imprensa, não se tratando de
mera omissão diante do real ou mesmo de fruto de desconhecimento. Ao
contrário. Tratar-se-ia de “um deliberado silêncio militante sobre
determinados fatos da realidade”, cujo padrão opera nos atos
preliminares da busca da informação, ou seja, “no ‘momento’ das decisões
de planejamento da edição, da programação ou da matéria particular
daquilo que na imprensa geralmente se chama de pauta”. Abramo assevera
que “a ocultação do real está intimamente ligada àquilo que
frequentemente se chama de fato jornalístico”. Destaca ele: “a
concepção predominante – mesmo quando não explicita – entre empresários e
empregados de órgãos de comunicação sobre o tema é a de que existem fatos jornalísticos e fatos não jornalísticos e que, portanto, à imprensa cabe cobrir e expor os fatos jornalísticos e deixar de lado os não jornalísticos. Evidentemente, essa concepção acaba por funcionar, na prática, como uma racionalização a posteriori dopadrão de ocultação na manipulação do real”.
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