Tragado pelas noites, ofuscado pelo sol, o protagonista vive um presente
contínuo e tenso em busca de sentimentos para sempre perdidos num mundo
cínico demais, violento demais, sexualizado demais. Idealista a seu
modo, busca a pureza lambuzando-se com as precariedades que a vida lhe
oferece. Tal como os números primos que encimam os fragmentos do texto, os personagens de Corpo presente
são divisíveis por eles mesmos e por um. O que João Paulo Cuenca propõe
é um jogo de identidades sem vencedores ou perdedores, mas com uma
regra rígida, a da escrita como forma de enfrentar a vida.
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