As últimas
décadas do séc. XX e o começo do séc. XXI estabelecem o limiar para uma
mudança de cenário nas relações internacionais, com os sinais
indicativos de uma ordem mais multilateral; com a disseminação das
normas internacionais, seja em relação ao comércio, como em relação ao
direito; novos países são criados e admitidos nas organizações
interestatais, assim como a há diminuição dos riscos de uma guerra
termonuclear entre as potências globais. Contudo, em meio às evidências
de um multilateralismo, a persistência de velhos problemas e o
surgimento de novos desafios continuam a impor resistência para uma
arena internacional mais estável e pacífica. Com isso, tenta-se
demonstrar que a concepção da teoria da cooperação neoliberal, com os
seus pressupostos e a sua ontologia, determina a formação de um
equilíbrio que apresenta propensão a conduzir para um modelo de
eficiência muito pouco estável. Assim sendo, defende-se a hipótese de
que com o modelo apresentado e a sua ontologia não objetivam a resolução
dos desequilíbrios internacionais e, por isso, possuem entre as suas
consequências, a manutenção das assimetrias e desigualdades entre países
e regiões. Um modelo de cooperação internacional que tem a estabilidade
como constitutivo deveria considerar a resolução desses persistentes
desequilíbrios. Uma cooperação internacional que mantenha os velhos
problemas de dependência econômica e política terá grandes dificuldades
de estabelecer as condições para o enfrentamento dos novos desafios
advindos do processo de globalização, que necessitam de uma ampla
participação multilateral. Os métodos hierárquicos da política
mostram-se insuficientes nestas circunstâncias. Por isso, com base na
ontologia da escola construtivista das relações internacionais e da
escola da sociedade internacional, propõem-se algumas medidas que podem
fornecer um caminho para a construção de processos cooperativos mais
coerentes e eficazes. Destarte, intenta-se um diverso modelo de
equilíbrio, com a proposta de um solidarismo dentro de um processo de
integração regional e internacional, para a estruturação de uma ordem
global mais legítima.
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