Um garoto de treze anos se machuca numa festa de aniversário. Quando
adulto, um de seus colegas narra o episódio. A partir das motivações do
que se revela mais que um acidente, cujas consequências se projetam em
diversos fatos de sua vida nas décadas seguintes – a adolescência
conturbada, uma mudança de cidade, um casamento em crise -, ele constrói
uma reflexão corajosa sobre identidade, afeto e perda.Dessa reflexão
fazem parte também as trajetórias de seu pai, com quem o protagonista
tem uma relação difícil, e de seu avô, sobrevivente de Auschwitz que
passou anos escrevendo um diário secreto e bizarro. São três gerações,
cuja história parece ser uma só; são lembranças que se juntam de maneira
fragmentada, como numa lista em que os fatos carregam em si tanto
inocência quanto brutalidade. Numa prosa que oscila entre violência, lirismo e ironia, com pausas para
uma neutralidade quase documental na descrição de cheiros, gostos,
sons, fatos e sentimentos, Diário da queda é uma viagem inusitada pela
memória de um homem no momento em que ele precisa fazer a escolha que
mudará sua vida.

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