Josué Apolônio de Castro (1908, Recife/PE – 1973, Paris/França). Foi
médico, geógrafo e antropólogo. Seu legado reside em compreender a fome
como resultado da exploração econômica, como produto da dominação
política, como conseqüência da injustiça, como dependência, como
alienação – a fome era [e é] um fenômeno social – “não era só do
Mocambo, não era só do Recife, nem só do Brasil, nem só do continente.
Era um problema mundial, um drama universal”. Para ele, a fome não era
produto de causas ou fatores naturais; era, sim, “produto de fatores
sociais, conseqüência de estruturas econômicas defeituosas” – a fome era
[e é] resultado do sistema capitalista – sendo mais acentuada nos
países subdesenvolvidos. A única saída possível para resolver esse
flagelo implica em mudanças nas condições sanitárias e alimentares dos
povos em desenvolvimento, mudanças nas estruturas econômicas e sociais
em cada país. Somente com mudanças estruturais, com uma revolução social
podem-se criar condições objetivas para resolver o problema da fome no
mundo. Ou, como diz Anna Maria de Castro: “Se aceitarmos a teoria de
Florestan Fernandes de que as idéias e as categorias do pensamento
científico se convertem em outra coisa, que é preciso que se liguem de
um modo ou de outro com as atividades sociais, por meio das quais os
homens criam e modificam socialmente a história de seus países, de seus
continentes e de seus filhos, Josué de Castro foi e continuará sendo um
grande cientista. Um tipo de cientista que tentou criar uma teoria
explicativa para a triste realidade do subdesenvolvimento, da pobreza,
da miséria e que tentou modificar socialmente a história de seu país. É
este homem que o Brasil de hoje precisa deixar de ignorar.”
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