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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Georg Lukács - O Romance Histórico














A partir da tentativa de criação de uma estética marxista, George Lukács (1885-1971), em O romance histórico, livro escrito em seus anos de exílio na Rússia stalinista, aborda como as revoluções interferiram no gênero e como este serviu de instrumento para a reflexão sobre cada momento histórico. O autor húngaro desde cedo se dedicou ao gênero romance, tendo escrito ainda na juventude A teoria do romance, livro polêmico, mas que o marcaria como um teórico da cultura por toda a vida. Lukács, na época, partia de posições hegelianas que remontavam ao platonismo, descrevendo o romance como a epopéia da era moderna. Nesse livro, o autor defendia a polêmica tese que situava o mundo clássico como cultura fechada, local em que havia respostas para todas as perguntas, mesmo para as não formuladas. O romance, a partir de seu surgimento ainda no século 17, seria a tentativa de resgatar essa totalidade perdida, já que o ser humano se encontrava ao desamparo, abandonado pelos deuses e em vias de fragmentação espiritual. A tentativa de dar conta de uma completude, como sugere a narrativa romanesca, seria uma ação fracassada, porque a opção pela modernidade introduziu o homem no universo da experiência, local partido, de impasse, onde não prevalece a subjetividade nem qualquer tipo de metafísica e suas consequentes explicações sobre a origem e a razão da própria existência.

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