A vasta contribuição de Machado de Assis ao longo dos 16 anos de circulação do Jornal das Famílias
aponta para um conjunto literário que dispõe de cerca de oitenta contos
veiculados, na maioria das vezes, de forma seriada. Majoritariamente
endereçadas a um público leitor feminino, tais narrativas exploram temas
relacionados ao amor e ao casamento, em conformidade com a natureza
conservadora do próprio Jornal. Este livro enfatiza o cenário
das núpcias explorado pelo impresso de Garnier a fim de que se possa
analisar o trabalho feito por Machado no que concerne à temática da
viuvez e à possível tomada de “liberdade” assumida pela mulher dentro
dos limites sociais impostos pelo matrimônio no século XIX. Com base no
estudo das publicações do Jornal e com as noções teóricas da
História Cultural, foi possível notar que, apesar do “conservadorismo”
apregoado pelo impresso, a figura da viúva machadiana ocupa espaços de
modulação entre o teor moralista do periódico e o deboche crítico
indiciado em algumas matérias da revista.
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